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Tradição Moderna

Se até pouco tempo atrás o conceito de “tradição moderna” parecia um contra-senso, especialmente devido à difusão da noção vaga de que a modernidade seria a ruptura com todas as tradições, hoje tornou-se um tema recorrente nos estudos que adotam as ideias de pós-modernidade ou contemporaneidade. Para evitar cair nas armadilhas de qualquer uma dessas vertentes – modernista ou anti-modernista – pretendemos, neste projeto, examinar de forma rigorosa as fontes e premissas da modernidade, especialmente no que tange à sua difusão mundial.

 

Marcada por um processo de modernização tardio, irregular, assimétrico e dependente, a América Latina pode oferecer um ponto de vista particularmente relevante para se desdobrar os conceitos de moderno, modernismo, modernidade, discutindo-se inclusive seus marcos conceituais e temporais. Desde os tempos coloniais, vinculados ao que se convencionou chamar, recentemente, de primeira modernidade, a tensão entre os tempos locais e da metrópole esteve no centro dos processos de criação das múltiplas identidades visuais latino-americanas.

 

Desdobrar a tradição moderna na América Latina envolve, portanto, a discussão sobre essa outra modernidade mundial e a sua recepção em nosso continente: como os diferentes movimentos artísticos foram recebidos e interpretados (dos descobrimentos aos nossos dias)? Como a qualidade do moderno (o compromisso com o tempo presente) encontrou diferentes formas de manifestação artística? Como se deu a transmissão da cultura ocidental moderna na América Latina, durante e após a colonização? Como os discursos nacionalistas e identitários resistiram a ou interpretaram a ideia de modernidade? Como se estabeleceu o sistema artístico nos diferentes países? Como se constituiu por aqui a visualidade moderna? Com que diferentes tradições locais se relacionaram os modernismos latino-americanos?

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